terça-feira, 8 de maio de 2012

Eterna Criança

Andando indestinadamente pela rua sombria e deserta, eu encontro um ser estranho, ele fuçava algo que parecia um corpo desacordado, caído sobre o chão velha e abandonada Rua dos Carvalhos, onde ninguém ousava pisar há muito tempo. O ser estranho me fitava com curiosidade, como se eu não devesse estar ali, pelo menos não naquele momento. Ele vestia uma capa preta com capuz enorme, seus longos cabelos negros estavam desgrenhados esvoaçando para todos os lados. Já era noite e uma chuva fina caía começando a engrossar o vento. Aquele estranho ser, que era um homem, largou o corpo no chão e levantou-se vindo em minha direção. Eu deveria sentir medo, calafrios e tremores inundavam o meu corpo, mas eu me mantive parada, algo me disse para não ter medo, pois algo melhor que a vida estava prestes a vir... ou NÃO. - Olá criança, sabe que não deveria estar aqui, você nunca ouviu que não se deve andar sozinha pela Rua dos Carvalhos? Principalmente à noite. - Disse-me o ser estranho que mais parecia um homem. Ele tinha a voz grossa e um olhar profundo de sofrimento e dor. Ele falava tocando o meu rosto com seus dedos frios. Pela primeira vez ao olhar fixamente em seus olhos me veio um calafrio na espinha, virei-me vagarosamente e comecei a andar. Mas ele me puxou pelo braço, fazendo-me cair no chão, antes que eu pudesse pensar, ele enterrou os dentes em minha garganta e começou a beber o meu sangue, até eu dormir profundamente. Acordei bem aqui, onde estou agora e desde então eu não consigo mas crescer.

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